IBERSOL - Relatório e Contas 2012 - page 6

2012 foi um ano de desafios, o segundo de reajusta-
mentos resultantes do programa de austeridade con-
sequente da ajuda externa que veio agravar as debilida-
des da economia. Como era expectável, os efeitos das
medidas de austeridade acabaram por ter como efeito
prático a forte contracção da liquidez, o aumento signi-
ficativo do desemprego, a redução dos salários, com a
consequente retracção no consumo.
Acresce que sendo Portugal um dos países da Europa
em que a restauração mais contribui para o emprego e
para economia, a decisão de aumentar a taxa do IVA do
sector para o nível mais elevado do conjunto dos países
europeus - ao nível da Grécia e Roménia, em contra-
-ciclo com as descidas que ocorreram na França e na
Suécia, revelou-se, como era previsível, desastrosa para
o sector e de consequências muito gravosas para o país.
O IVA é um imposto suportado pelo consumidor mas,
dada a impossibilidade de o repercutir, a generalidade
dos operadores viu-se confrontada com a necessida-
de de reduzir as suas margens, evitando transferi-lo
para o consumidor, para obviar a uma maior redução
da procura.
A espiral recessiva que o aumento da taxa do IVA na res-
tauração causou na economia portuguesa foi um dos
aspectos mais disruptivos que se sentiu - efeito que se
pretendeu desvalorizar de forma imprudente - que teve
consequências muito nefastas para o nível de emprego.
Esta alteração foi efectuada num período de grande
incerteza, consequência de um conjunto de medidas
muito duras, fortemente amplificadas pela cobertura
mediática.
Este ambiente tem reduzido os níveis de confiança tor-
nando o processo de tomada de decisão do consumi-
dor mais complexo e mais selectivo, conduzindo a uma
efectiva redução da procura que evidencia, ainda, uma
crescente alteração dos hábitos e ritmos de consumo.
Cenário idêntico caracteriza o mercado Espanhol, em-
bora a sensibilidade política às alterações da taxa do IVA
na Restauração tenha ditado outras opções.
Para o Grupo Ibersol, o ambiente económico obrigou
à assunção de uma postura centrada em três grandes
eixos: o reajustamento e modernização do Portfólio, a
valorização dos Recursos Humanos e finalmente o alar-
gamento dos mercados em que actua, através da inter-
nacionalização para os Países de Língua Portuguesa e
para o Continente Africano.
Em cada um destes eixos deram-se passo firmes para
alcançar um novo horizonte de realização empresarial e
social, por forma a melhor enfrentar os obstáculos de-
correntes da forte diminuição da procura interna.
Num momento em que se pedem sacrifícios aos por-
tugueses é importante para a Ibersol - maior empresa
multinacional portuguesa a operar na Restauração Mo-
derna - garantir aos seus stakeholders uma visão de fu-
turo centrada em pilares muito concretos de actuação:
garantir Qualidade, Segurança e Robustez, tudo num
contexto de sustentabilidade que é o grande eixo estra-
tégico do Grupo.
Acrescentamos à matriz de Grupo multi-conceito, uma
ainda maior visão multinacional e de internacionalização,
como garantia de uma estratégia de investimento sus-
tentável que nos permita num futuro próximo, enfrentar
as oscilações das grandes zonas económicas, pela aposta
em diferentes geografias e tipologias de mercado.
2012 UM ANO DE DESAFIOS
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RELATÓRIO DE GESTÃO
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